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Saúde nos EUA... Curando uma dor e criando outra no bolso

Nossaaaa quanto tempo!!! Bruno resolveu ressuscitar os posts e to entrando no embalo rsrs! Como ele disse, já "nos formamos", estamos em uma nova cidade (super perto de Provo), nova casa e esperando nossa baby Bia chegar a qualquer momento (assunto pra outra postagem hehhe)...

Hesitei bastante em escrever sobre saúde porque é um assunto complexo, muitas regras, muitas leis envolvidas mas sempre recebo perguntas sobre isto e depois que recebi um boleto um ano após irmos ao hospital resolvi contar nossa experiência. Como sempre quero relatar os apuros que já passamos e talvez ajudar através da minha experiência, sem a menor intenção de ser a dona da verdade. A primeira dica é: pesquise, pergunte váriass pessoas, não tome uma experiência como verdade absoluta porque os casos variam bastante.

Tenho certeza que vc já ouviu muitas histórias absurdas sobre pessoas que quebraram o nariz e colaram com cola super bonde, ou ficaram sentindo dor por dias antes de decidirem ir ao hospital por aqui... muitas podem ser exagero mass hoje acredito que muitas são reais!

Então, a Segunda dica é fazer um check up antes de virem, como disse nesse post. Façam os tratamentos dentários, vá a um médico e dê uma checada geral pra evitar transtornos. Traga o básico de remédios, eu por exemplo estava no meio de um tratamento e trouxe remédios para 6 meses.

A bolsa do CIS além de pagar o mestrado paga tambem o seguro saúde (o que conhecemos como plano de saúde no Brasil) do aluno e de toda sua família. Seguro saúde aqui e obrigatório, então ponto positivo; temos isto incluso na bolsa. Assim que chegamos o Bruno solicitou meu cartão e temos um cartão individual de seguro, como funciona no Brasil.

Vamos ao perrengue: No nosso primeiro mês o Bruno começou a passar mal mais ou menos as 10 da noite (vai entender porque essas benditas crises SEMPRE acontecem a noite). Como sabíamos que seria caro, resistimos até meia noite e não teve jeito, fomos pra emergência. O atendimento foi sensacional!! Rápido, qualidade de primeira, muitos equipamentos, máquina de raio X no quarto, fizeram mil exames e o rapaz ficou recebendo soro por duas horas. Resultados em mãos (infecção alimentar), não era nada grave (benção), voltamos pra casa. Após algumas semanas a novela começou: recebemos o primeiro resumo da cobrança, na outra semana outra carta, e assim continuou por meses. Eu NUNCA vou entender como isso funciona, mas em linhas tortas, o hospital manda um comunicado pro seguro e este, assim que recebe, te manda um aviso, mas eles processam tudo separado, ou seja: primeiro recebemos um resumo dos exames que o Bruno fez, valor X, depois um valor pelo médico plantonista, após semanas o valor do uso da sala do hospital =O. Enfim, eu fiquei louca!!! Ligávamos no seguro para sabermos o valor total e tentarmos nos planejar mas eles também não sabiam, diziam que o hospital estava repassando. Com certeza os americanos estão acostumados com este processo mas eu não me adaptei ainda, fico super perdida. À cada fatura recebida meu coração apertava rsrrs, achava super caro e não sabia se aquela seria a última maldita cartinha.

Voltando um pouco, assim que chegamos, nos orientaram (e aqui vai outra dica) a irmos ao Intermountain Hospital caso precisássemos, porque eles possuem uma espécie de ajuda interna caso você não consiga pagar. Então, em geral, o lugar mais barato para atendimento é o Health Center (hospital da BYU, fisicamente "dentro" do Wymount) eles tem uma estrutura básica de atendimento, urgencia, laboratório, dá pra quebrar um galho (não possuem nada relacionado a gravidez). Masss eles funcionam até as 5 da tarde, e como disse, problemas sempre acontecem a noite hahah então optamos pelo Intermountain na esperança de uma ajuda financeira caso precisássemos. Já ouvi falar de clínicas com consultas mais baratas, mas não conheço para indicar.

Voltando ao caso Bruno, assim que recebemos a primeira cobrança fui ao hospital procurar pela tal ajuda financeira e fizemos uma aplicação para desconto, mas depois de algumas semanas recebemos mais faturas. Quando questionamos o hospital, eles disseram: vocês aplicaram para o valor X, esta nova fatura é de outra parte do serviço =/. Enfim, percebemos que era melhor esperarmos todas as contas chegarem, juntarmos tudo e aplicarmos pra ajuda financeira uma vez só. O processo de aplicação é simples, pode ser feito online, vou deixar o link aqui: https://intermountainhealthcare.org/patient-tools/financial-assistance/ , você preenche o formulário, envia os documentos que comprovam sua necessidade (enviamos a carta do CIS, informando que o Bruno não podia trabalhar) e escreve uma carta explicando sua situação. Em menos de 15 dias eles respondem. Pode ser que "perdoem" toda a dívida ou reduzam o valor da conta. Isto não tem nada a ver com ajudas do governo (como medicare), e sim um fundo separado que o hospital possui.

Para vocês terem uma noção dos preços, o resumo das nossas duas horinhas de soro (e um atendimento de rei) foi $2.000,00 (após os descontos do seguro de saúde). O seguro cobriu $1.500,00 e nos restou uma dívida de $500,00. Pode parecer pouco, mas vivendo com a bolsa  e tendo uma despesa extra de $500,00 foi muito pra nós. E na minha opinião, mesmo o seguro cobrindo, o valor em si, dois mil doláres é muito para um serviço relativamente simples. Enfim, após a aplicação reduziram o valor e ainda nos deram a opção de parcelarmos a dívida. Pagamos o que nos era devido e acreditem ou não, exatamente UM ANO após o ocorrido recebemos uma nova fatura hahaha (tem que rir pra não chorar), $50,00 restantes de nem sei o que, dá pra acreditar?

Pessoal, espero ter ajudado um pouco com essa experiência. Este foi nosso pequeno uso da saúde, ainda quero escrever sobre a perda de uma gravidez que tivemos e sobre a espera da nossa Beatriz =D.








Comentários

  1. Puxa vida!! Que absurdo de caro! Muito obrigado por informar, tomar um sustos destes fora do país deve ser muito ruim.

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  2. Meu pior pesadelo em ir pro USA eh essa coisa com a saude! Me conta uma coisa, pode levar qualquer medicamento na bolsa de viagem! Depois conta pra gente a sua experiencia gravidinha! Adoreiiii que voces voltaram!

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    1. Oii Etienne, fico feliz que estamos ajudando um pouco ;)
      Então, eu acredito que no site de controle de imigração deve ter uma lista de remédios proibidos, eu não me recordo assim de cabeça. O que eu sei é que você deve ter receita para os medicamentos que trouxer, caso seja questionada.
      Vou fazer um post sobre gravidez sim ;D

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    2. Entendi! Obrigada por explicar onde ver!

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  3. Fiquei com uma dúvida, se a pessoa e a família tem esse cartão de seguro saúde, porque precisa pagar pelos tratamentos? De que serve o seguro saúde então?

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    Respostas
    1. Oi Giselle! O seguro saude aqui cobre apenas uma parte do tratamento. Existem seguros que cobrem tudo mas sao muito caros e bem raros. A grande maioria dos seguros tem dois aspectos que geralmente nos Brasileiros nao estamos acostumados:
      1 - Coverage: Significa que o seguro saude nao cobre todas as coisas (o da BYU por exemplo nao tem assistencia com cirurgias). Tambem significa que o seguro vai pagar uma parte da conta (geralmente o seguro cobre 70% ou 80% e voce paga o resto)
      2 - Deductibles: Significa que o seguro soh entra em vigor depois que voce gastou um minimo com despesas medicas. O da BYU, se nao me engano, tem um deductible de $500. Entao soh depois que voce gastou os $500 que o seguro comeca a pagar %80 das proximas contas...
      Eh um pouco confuso no inicio e eles tem varias regrinhas diferentes do que estamos acostumados, mas em resumo eh isso.

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